Catálogo sobre Casarão de Bem-Bem será distribuído em bibliotecas e museus de MT

Catálogo é uma produção colaborativa do IHB

O livro-catálogo “Casarão de dona Bem-Bem: Evidências Arqueológicas, Sincretismos, Cotidianos e Memórias”, produção colaborativa do Instituto Homem Brasileiro (IHB), é fruto de pesquisas arqueológicas realizadas durante as obras de revitalização da Casa de Bem-Bem, imóvel oitocentista que em diversas oportunidades foi palco da popular festa de São Benedito.

O casarão colonial é patrimônio da identidade cultural cuiabana, inclusive é tombado a nível estadual e federal, porém sofreu dois desabamentos no final da última década, em 2017 e 2018. Durante as obras de restauração, pesquisadores identificaram um acervo de mais de 5 mil artefatos arqueológicos. Este material foi catalogado e a publicação será distribuída em museus e bibliotecas públicas de Mato Grosso, além de pontos de cultura, associações e ONGs. No total, serão doados 611 exemplares.

Dentro os objetos encontrados, figuram itens de higiene pessoal (vidros de perfume, esmalte…), frascos de medicamentos, garrafas de bebida, embalagens de produto de limpeza, bolas de gude, estojo e cartuchos de balas, cinzeiro, pulseira, moedas, brinquedos, dentre outros artefatos detalhados no livro-catálogo, que foi produzido com recursos da Lei Aldir Blanc em Cuiabá, via edital municipal de Fomento Cultural.

A análise do material recolhido possibilitou iniciar investigações sobre comportamentos relacionados a consumo, gênero, status socioeconômico, tecnologia e processos de manufatura. As conclusões, portanto, contribuem para uma compreensão mais aprofundada das rotinas, dos eventos e das dinâmicas dos diversos grupos sociais que, ao longo do tempo, ocuparam o casarão ou desfrutaram de seus momentos de sociabilidade.

Neste sentido, espera-se que esta publicação, centrada em aspectos relacionados ao uso e ocupação da Casa de Bem-Bem, contribua para a democratização do conhecimento acerca de temas como arqueologia e patrimônio cultural. Afinal de contas, é missão civilizatória a conscientização sobre a importância de se preservar sítios e vestígios arqueológicos, pois estes são testemunhos da história e da memória de uma sociedade e, em última instância, da própria humanidade.

De acordo com a arqueóloga Gabriele Viega Garcia, presidenta do IHB,  esta é uma primeira versão do catálogo, a partir dos trabalhos realizados na primeira etapa de monitoramento arqueológico no casarão. A intenção é publicar, em breve, uma versão definitiva nos formatos impresso e digital. “Queremos publicizar este conhecimento em bibliotecas, museus e pontos de cultura”, pontua.